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Consumo consciente Slow fashion

Moda consciente: por onde começar?

25 Maio 2020

 

 

 

Queres apoiar a moda consciente mas não sabes por onde começar? Continua a ler este artigo porque tenho a solução para ti!

Cada vez acho mais necessário desmistificar a ideia de que a moda sustentável é cara. Primeiro, a noção de caro é muito subjectiva: é caro em comparação com o quê? Com as marcas de fast fashion? Evita comparar os preços entre marcas conscientes e responsáveis com os preços de marcas de fast fashion.

Porquê?

Porque as duas coisas não são comparáveis. Enquanto uma se responsabiliza por pagar um valor justo a todos os intervenientes na cadeia de produção e distribuição, aposta em materiais mais amigos do ambiente e se preocupa com os factores qualidade e durabilidade, a outra lança 52 colecções por ano, não se preocupa com as pessoas envolvidas em toda a cadeia de produção e distribuição e produz peças a pensar na absolescência programada.

Em segundo lugar, moda consciente não significa só e apenas comprar em marcas mais conscientes e responsáveis, é apenas UMA das formas de seres uma consumidora mais responsável mas não é de todo a única.

Por isso, se queres começar a apoiar a moda consciente e não sabes por onde começar, vê estas dicas que tenho para ti.

Faz compras no teu armário

Antes de mais, é preciso olharmos para o nosso armário e percebermos que somos responsáveis por cada peça que temos e que essa simples peça representa mão-de-obra, materiais e recursos finitos do nosso planeta. É por isso que defendo que tudo começa com reduzir o nosso consumo e olhar mais para aquilo que temos no armário.

O armário mais sustentável é aquele que nós já temos.

Uma dica muito útil que costumo dar às minhas amigas é a dica da cruzeta. Coloca as cruzetas do teu armário todas viradas para o mesmo lado e, sempre que utilizares uma peça, volta a colocá-la no armário com a cruzeta virada ao contrário. Passado algum tempo, vais conseguir perceber efectivamente que peças utilizas e que peças ficam esquecidas no armário. Isto vai ajudar-te no passo seguinte, o destralhe.

Lê também o artigo “10 perguntas para destralhares o teu armário sem stress”

Para além disso, aposta na reparação da tua roupa. Costumo dizer que reparar uma peça de roupa é um ato de amor. É assumir uma posição e dizer ao mundo que tu cuidas das tuas peças e queres que durem muito tempo. É dizer que te responsabilizas pelas peças que tens no armário. É dizer que não queres contribuir para a quantidade exorbitante de resíduos têxteis que vão todos os anos para aterros e/ou são incineradas. É dizer que te preocupas.

Pede emprestado a amigas ou familiares

Por vezes precisamos de determinada peça ou acessório para uma ocasião especial e é aqui que as nossas amigas e familiares podem ser uma grande ajuda. Antes de ires às lojas e em vez de comprares algo que vais usar apenas uma vez ou duas, pergunta às tuas amigas, mãe, tia, avó se têm algo que te possam emprestar. É uma óptima forma de reduzir o teu consumo e ainda assim ter aquela sensação de que estás a usar uma peça “nova”.

Podes também criar um armário partilhado com as tuas amigas. Esta dica foi dada por uma das mulheres inspiradoras que participou no meu desafio #haulternative no âmbito da fashion revolution week e acredito que pode ser uma dica divertida de pôr em prática. Se tens alguma amiga/familiar que tem os mesmos gostos que tu e usa mais ou menos o mesmo tamanho, porque não optarem por ter peças que ambas usam? Podem ser peças do vosso armário (trocam entre vocês) ou, quando quiserem comprar uma peça, compram em conjunto e vão usando alternadamente.

Podes ver os vídeos do desafio no meu IGTV, aqui.

Experimenta ir a um mercado de trocas

O mundo das trocas está a ganhar cada vez mais fãs e dá para perceber porquê. Se, por um lado, te permite levar peças que estão há muito esquecidas no teu armário para que outra pessoa as possa levar para casa, por outro, permite-te acrescentar peças ao teu armário a custo zero. Não só é perfeito para a tua carteira, como é perfeito para o meio ambiente porque estás a ajudar a manter essas peças em circulação e a contribuir para uma economia circular.

Aventura-te no mundo das compras em segunda-mão

Já lá vai o tempo em que as roupas em segunda-mão eram olhadas de lado! Esta forma de consumir moda também está a crescer e já é possível encontrar todo o tipo de peças. Seja em lojas físicas ou online, no OLX ou no Facebook Marketplace, basta um pouco de paciência e tempo para encontrares peças de que gostes.

Experimenta o aluguer

Esta forma de consumir não tem ainda muita expressão em Portugal. Contudo, acho que o aluguer é muito útil se precisares de um look para um evento especial ou se quiseres experimentar uma peça com um corte ou cor diferente do que usarias normalmente sem arriscar comprar e não gostar. Em Portugal já temos pelo menos dois projectos que apostam no aluguer de peças, como o Veste closet partilhado e o projecto Ayni circular fashion.

Faz as tuas próprias peças
Acho que não deve haver melhor sensação do que vestir uma peça feita por nós. É uma óptima forma de nos ajudar a dar valor ao tempo e ao trabalho necessários para dar vida a uma peça de roupa.
Compra em marcas conscientes
Vai de certeza haver momentos em que vais precisar ou querer comprar uma peça nova e, quando esse momento chegar, quero que saibas que tu tens poder, enquanto consumidora, para votar em negócios mais alinhados com os teus valores. Tenta apoiar marcas que se preocupem mais com as pessoas que fazem as peças e com o meio ambiente que nos rodeia.
Se não te for possível comprar ainda em marcas mais responsáveis, podes na mesma fazer escolhas conscientes nas marcas de fast fashion onde costumas comprar. Compra apenas o que te faz falta e peças que sabes que vais conseguir usar e conjugar com o que já tens no armário e aposta em qualidade em detrimento da quantidade.

 

A jornada para um consumo consciente é diferente para cada uma de nós e todos os caminhos são válidos. Talvez para ti seja mais fácil começar por reduzir o teu consumo nas lojas de fast fashion e comprar apostando em qualidade e não quantidade. Para outra pessoa pode ser mais fácil optar por comprar em segunda-mão e ir a mercados de trocas. O importante é começar por algum lado. Não te sintas mal por achares que não tens orçamento para comprar em marcas conscientes ou por ainda não estares preparada para entrar numa loja de segunda-mão. É a tua jornada, o teu caminho.

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Moda consciente: por onde começar

TAGS:aluguerarmário partilhadoconsumo conscientemarcas conscientesmercado de trocasmoda conscientemoda sustentávelsegunda-mão
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Cátia Santos

Consultora na área da moda sustentável e consciente. Acredito que todas nós podemos contribuir para uma indústria da moda mais justa fazendo pequenas mudanças na forma como olhamos para o nosso armário.

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